Muito obrigado ConstruSpace pelo desafio de escrever sobre este assunto.
Num questionário feito conseguimos perceber que cerca de 70% das empresas a quem pedimos preço tem 1 ou nenhum orçamentista.
Em 15% das empresas é o próprio gerente que no fim do dia elabora as propostas.
Quase 50% das empresas com quem trabalhamos tem cerca de 10 colaboradores.
Levando em conta estes factos incontornáveis da nossa praça para obtenção de preços, conseguimos dramatizar ainda mais o cenário por mencionar a constante necessidade de mão-de-obra qualificada num mercado já de si maduro e a enfrentar o grande teste de força do crescimento e investimento imobiliário.
Acresce ainda a estes factos, termos 5 – 10 dias úteis para apresentar proposta ao Cliente.
Esta imagem espelha inevitavelmente empresas sem capacidade e fôlego para conseguir responder à crescente demanda de preços solicitados em fase de concurso.
É realmente necessário um esforço hercúleo a nível comercial para conseguir muscular os mapas comparativos com propostas de preço e assim conseguir tomar uma decisão equilibrada e em consciência que conduza à adjudicação do negócio.
É em areias movediças que se tomam as decisões finais de fecho de proposta quando o mercado de empresas Subempreiteiras não consegue responder em tempo real e quando o consegue, perguntamos, com que qualidade técnica de estudo nos chega essa resposta?
É por isso que com olhos esperançosos no universo da Industria 4.0, machine learning, BigData, IoT e analytics que vejo uma solução para este paradigma.
Temos de agradecer ao Outlook e Excel pelos serviços prestados à nação, mas é reconhecido a sua incapacidade e flacidez no tratamento de dados recebidos e a sua compilação, na análise e escrutínio de informação, na quantificação e na catalogação dos mesmos.
É imperioso munirmo-nos de plataformas funil que sejam capazes de agregar informação, as propostas de preço de todos os concursos de todas as subempreitadas e dar-lhe utilidade transversal a todos dentro das nossas organizações e rentabilizar esse histórico em benefício da Construtora, mediante uma biblioteca de preços que vai criando e conseguindo ficar em seu poder com valores/ rácios exatos e reais, sem necessidade de recorrer sistematicamente aos Subempreiteiros cansados da corrida do orçamento em fase de orçamento.
É necessário que a comunidade da Construção civil olhe para as empresas Subempreiteiras num espírito cinéfilo, hollywoodesco, como que na escolha do melhor filme, segundo os seus metascore ou KPI´s que se vão construindo num espírito colaborativo e participativo da comunidade e se agilize a tomada de decisão da escolha de uma empresa parceira com certeza e certezas.

Carlos Miguel Xavier
DST Group